dezembro 14, 2009

As boazinhas que me perdoem

Qual é o elogio que uma mulher adora receber? Bom, se você está

com tempo, pode-se listar aqui uns 700: mulher adora que verbalizem
seus atributos, sejam eles físicos ou morais.
Diga que ela é uma mulher inteligente e ela irá com a sua cara.
Diga que ela tem um ótimo caráter,além do corpo que é uma provocação, e ela decorará o seu número.
Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito,da sua aura de mistério, de como ela tem classe: ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.
Mas não pense que o jogo está ganho: manter-se no cargo vai depender de sua perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.
Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades, que ela é um avião no mundo dos negócios.
Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical. Agora, quer ver o mundo cair? Diga que ela é muito boazinha.

Descreva aí uma mulher boazinha. Voz fina, roupas pastéis, calçados rentes ao chão. Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de semana. Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor. Nunca teve um chilique. Nunca colocou os pés num show de rock. É queridinha. Pequeninha. Educadinha. Enfim, uma mulher boazinha.
Fomos boazinhas por séculos. Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas. Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos. A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo certinho. Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um desejo incontrolável de virar a mesa. Quietinhas, mas inquietas.
Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.
Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais. Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen. Ser chamada de patricinha é ofensa moral. Pitchulinha é coisa de retardada. Quem gosta de diminutivos, definha.
Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa. Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo. As boazinhas não têm defeitos. Não têm atitude. Conformam-se com a coadjuvância.
Ph neutro. Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos.
Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, é isso que somos hoje. Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos. As inhas não moram mais aqui. Foram pro espaço, sozinhas.


Martha Medeiros

dezembro 03, 2009

Como era bom chorar


Há quanto tempo você não chora um choro daqueles bem bons? Alguns anos, e não por falta de razões. Houve uma época em que se ia ao cinema e bastava aparecer uma criança castigada pelo destino e nossos olhos se enchiam de lágrimas. E se chorava também quando o final do filme era feliz, quando era infeliz; e se ia para o banheiro aos prantos quando na festa o homem que a gente achava que amava dançava com outra. Aliás, há quanto tempo você não chora nem por alguma injustiça ou maldade que fizeram com você? Ou vai dizer que a vida só faz te tratar bem?


Aprendemos a “segurar” quando levamos uma rasteira, sofremos a deslealdade de um amigo ou a traição do namorado, fingindo que a vida é assim mesmo, para dar uma de forte. Depois dos 35, não se chora nem quando se quebra a perna. Aprendemos a conter nossas emoções. Como os homens não choram, nós, mulheres, resolvemos nos igualar a eles, ficando tão duras quanto achamos que um homem deve ser – e alguns nem são.
Houve um tempo em que bastava que as mulheres chorassem para conseguir o que queriam – ah, bons tempos aqueles... Hoje, se uma mulher deixar transparecer alguma dor, mesmo que ele esteja fazendo as malas para deixá-la, o mínimo que vai acontecer é ficar falando sozinha. Homens costumam ter pavor a mulheres que se comportam como mulheres, a não ser naquela hora – aquela. Ou você nunca ouviu a frase “Ah, não vai agora dar uma de apaixonada”? Que vida!
O que um homem espera de uma mulher? Que ela seja quase como um homem, que entenda de economia, de política internacional, que se transforme em surfista, tenista ou golfista – segundo as inclinações dele, claro –, que tenha opinião sobre a seleção, seja independente financeiramente, e tão bonita quanto Fanny Ardant, tão feminina quanto Jacqueline Bisset, tão boa mãe quanto foi a dele, mas que na hora certa vire uma louca desvairada de desejo – por ele, claro. Simples, não?
Eles não sabem o que estão perdendo. Se tivessem um pouquinho mais de sabedoria, perceberiam que não há nada melhor do que um bom aconchego durante e depois de uma crise de choro. É preciso que as mulheres às vezes chorem, ou nunca poderão deitar a cabeça num ombro masculino, que é tão bom. Se ninguém mostra suas fraquezas, nenhuma relação pode existir, seja ela de amizade ou de amor – paixão é outra coisa. E as mulheres às vezes precisam de quem as console, só que os homens não sabem, já que elas não choram mais...
Danuza Leão

novembro 30, 2009

Tarso de Castro ♥


    Diferentemente da maioria de nós, que descendemos dos macacos, o gaúcho Tarso parecia um descendente dos cavalos: cavalgava sobre os amigos, os inimigos, as mulheres e sobre si próprio, sem se importar com os estragos provocados pela força dos cascos a galope. Era brutal e sedutor. E, por mais que tentem apagá-lo dos registros, ficará na história e na lenda como o criador do Pasquim. É verdade que mais na lenda do que na história – porque ele não o criou sozinho. Jaguar e Sérgio Cabral foram seus sócios na origem do jornal, em 1969, sem falar no brilho individual dos primeiros colaboradores, como Millôr Fernandes, Ziraldo, Claudius, Fortuna, Henfil, Luiz Carlos Maciel, Paulo Francis e o diretor de arte Carlos Prospéri. Mas, com sua audácia e criatividade, Tarso foi o amálgama inicial para a imagem debochada do Pasquim, numa época em que o AI-5 acabara de fechar os canais políticos sérios. O sucesso foi incrível: dos 12 mil exemplares iniciais, o jornal passou a 200 mil por semana em apenas cinco meses.
    Ele tinha a vocação para criar jornais e o talento para fazê-los, mas sua irresponsabilidade os condenava à vida curta. Sob sua administração, o Pasquim passou a levar uma feroz vida social fora da redação: fechava bares, alugava aviões e se instalava em hotéis de luxo. Um cartão de crédito em seu bolso era um foguete para Júpiter. Nas boates, quando uma garrafa de uísque caía da mesa e começava a derramar, a ordem de Tarso aos garçons era deixá-la esvaziar-se. Quando se descobriu que, com menos de dois anos de vida, os lucros do jornal também tinham escorrido para a Escócia e o prejuízo já parecia impagável, os sócios o afastaram para que o Pasquim pudesse sobreviver.
    O Tarso que chegara ao Rio em 1962, vindo do Rio Grande do Sul para trabalhar com Samuel Wainer na Última Hora, era irreconhecivelmente simples e moderado. Na verdade, levou anos anônimo no Rio. Mas o sucesso o transformou e o estrondo do Pasquim investiu-o de um poder que poucos podiam disputar. Tornou-se um personagem: em qualquer lugar em que estivesse, era o que bebia mais, o que falava mais alto e o que saía com a mulher mais bonita. E não economizava suas opiniões: seus ódios ou admirações eram proclamados por escrito ou, ao vivo, nos botequins. Tinha multidões de afetos e desafetos, mas ninguém podia negar-lhe a coragem.
    Pode-se dizer que Tarso foi para a cama com todas as mulheres que quis. Era um frenesi erótico que fazia pipocar úlceras até em seus amigos mais bem-sucedidos nesse terreno. Os inimigos, então, queriam comer vidro moído ao saber de algumas de suas conquistas. O estoque das mulheres de Tarso incluía as que ele acabara de conhecer; as que conhecera pouco antes e estava guardando para um dia de chuva; e as que já conhecia havia muito tempo, inclusive as dos amigos. As mulheres o achavam alegre, bonito e irresistível. Ele também se achava. Quando declarou no Antonio’s (onde nunca pagou um uísque) que precisava de dinheiro para ir à Bahia encontrar a estrela Candice Bergen (então filmando por lá), os amigos cotizaram-se e forneceram o dinheiro, torcendo para que Candice lhe desse um chute que o devolvesse voando ao Rio.      Tarso foi – e teve com ela um caso que se prolongou por Búzios, pelo Rio e por várias cidades onde houvesse uma cama. Em sua autobiografia, ela descreveu Tarso como “um ex-guerrilheiro que entrou em Havana com Che Guevara”. Ou seja, a pateta acreditou em tudo que ele lhe disse. Daí a tempos, de volta aos Estados Unidos, Candice escreveu a Tarso para dizer que não se veriam mais porque iria casar-se com o cineasta francês Louis Malle (famoso por ser baixinho). Tarso apenas comentou, resignado: “Dos Malles, o menor”.
    Seus amigos eram Chico Buarque, João Ubaldo Ribeiro, Luiz Carlos Maciel, Hugo Carvana, José Lewgoy, Leila Diniz, Regina Rozemburgo, Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes, Ricardo Amaral, Julinho Rego, César Thedim, Leonel Brizola. Os inimigos eram todos os que falassem contra seus amigos, com ou sem motivo justo. Para vingar-se de Jaguar, que o classificara como um “provinciano deslumbrado”, publicou o anúncio de “falecimento” do cartunista na Folha de S. Paulo. Quando ele próprio, Tarso, morreu, seus amigos escreveram obituários carinhosos, mas nem eles puderam esconder o quanto Tarso os incomodava. “Defeitos visíveis e qualidades nem sempre visíveis, sobretudo para quem o via de longe, ou o sofria por perto”, escreveu Otto Lara Resende na Folha.

    Sua morte já estava anunciada desde pelo menos 1988, quando os quase trinta anos de álcool em quantidades industriais provocaram-lhe uma cirrose hepática. Otto escreveu também: “O riso apagava no rosto o vinco das noites boêmias. A vida jogada fora, num gesto de desdém e rebeldia. Mas onde está a vida dos que a depositaram na poupança?”. O objeto da frase era Tarso, mas ela poderia igualmente aplicar-se a Zequinha Estelita, Roniquito de Chevalier, Hélio Oiticica, Cazuza e a outros personagens de Ipanema que nunca se pouparam para a vida – ou para a morte. Uma coisa é certa: Tarso nunca se arrependeu de nada.
    Frases
Viver é fácil. A dor é apenas o intervalo para fumar. * Perdi 25 milhas. Por sorte, não as tinha. * Devo ter todos os defeitos possíveis, mas faço questão de exercer minhas virtudes. * É preciso ter amigos, mas poucos.

(RUY CASTRO, Ela é carioca – Uma enciclopédia de Ipanema, Companhia das Letras, 1999, 452 págs.)




novembro 25, 2009

Sentir-se amado

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.




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 Martha Medeiros

novembro 24, 2009

Escrito por um grande amigo ( e ainda sem título) :]



"Do banco da FAC eu vejo pessoas,
do banco da FAC eu vejo uma flor,
do banco da FAC, um corredor.
Do banco da FAC leio jornal,
do banco da FAC tomo café,
 do banco da FAC, um picolé.
Do banco da FAC vejo um bar,
os donos do bar vêem mais que eu.
Do banco da FAC o tempo passa,
as pessoas passam, a aula passa, a vida passa.
E ele, o banco, fica ali esperando o próximo."



Álvaro José Munhoz Junior

novembro 20, 2009

Banalização dos relacionamentos ou epidemia de amor eterno?

Venho observando o quanto cresce o mercado de semi-jóias.Não pelo sucesso dessas belezinhas que são muito mais baratas do que ouro ou prata, mas pelo relevante aumento de vendas das alianças de compromisso.Se você cuidar  nas ruas, cada vez mais, pares de mãos ostentam as argolinhas prateadas, algumas singelas e fininhas, outras mais grossas ,com pedrinhas, independente do modelo:sempre presentes.Ainda hoje,entrou aqui no escritório acompanhando a sua mãe, uma garotinha de 12 anos (idade que eu ainda brincava de barbie) com aquela pequena algema brilhando em sua mãozinha direita. Imaginei se ela sabia o significado de usar uma aliança, e do que consistia o compromisso deles.Parei de imaginar aí mesmo.Prefiro acreditar que aquela garotinha ainda é uma criança.
Então me lembrei do meu primeiro relacionamento sério.Era na época em que só se usava aliança de compromisso queando REALMENTE existia um compromisso.Demorou mais de um ano e meio para ele me dar as tais alianças, e quando eu ganhei nossa!Éramos praticamente o único casal que tinha .Realmente tínhamos um compromisso e todo mundo podia ver.Alguns meses depois, virou febre usar aliança.Todos os casais tinham.Dez anos,um ano,um mês, um dia,não interessava o tempo  de relacionamento, o legal era usar aliança.Pipocavam alianças em mãos de todas as idades.E com a mesma facilidade que começavam a ser usadas, eram descartadas para dar lugar à outra (obviamente que o dono também já era outro).
Não entendo esta tal de evolução, modernização ou o que quer que seja o nome disso.Não consigo achar aonde está a facilidade para se trocar tanto de companheiro , sendo que toda vez é a mesma história :"Você é o amor da minha vida.Vamos comprar alianças.Não te amo mais, vamos terminar".
São relacionamentos tão superficiais que me fazem acreditar que se unem por simples desejo sexual,mas para isto nunca se precisou usar alianças então,porque agora?
Vamos começar a pensar, o quão é grande este amor,se estamos perdidamente apaixonados ou se apenas sentimos atração por alguém e estamos transformando isto em algo que não é.
Vale muito mais você dizer que ama um amigo, por mais bobo que isto soe, do que dizer eu te amo sem sinceridade alguma no coração.
Devemos dar muito mais valor àquilo que realmente é verdadeiro, e o que não é tão sério assim,tratar do modo que merece, nem mais nem menos.

Ingra Costa e Silva

novembro 17, 2009

Minha linha de frente ♥



Sou a voz desesperada que grita no deserto

E tu amigo, me encontrastes
Em tua mente encontro espaço
Em teu coração faço morada
Compartilho contigo meus anseios

Te faço conhecer os meus sonhos
Por ti, me transformo num exército

Só para te defender.
Se me chamas
Estou pronto a te servir
Não há muros nem barreiras
Para separar nossa amizade
Se tu estás triste, choro contigo

Se tu estás feliz, me alegro contigo
Se vais para a guerra, serei a linha de frente
Se páras de guerrear, serei a bandeira branca
Sou confissão, sou ouvidos
Sou aquele que te estende a mão
Sou aquele que compartilha
O momento e a decisão
Mas se não fosse nada disso
Seria apenas um simples amigo
Atento a qualquer reação
Sou seu amigo, de coração.

AMIGO DE VERDADE
(Autor: Clayton Montarroyos)


Pin Up's

     Pin-up é uma modelo cujas imagens sensuais são produzidas em larga escala. Estas fotos tem um leve (ou não tão leve assim) toque de erotismo.O termo também pode ser atribuído a desenhos, pinturas e outras ilustrações feitas por imitação a estas fotos. O termo foi documentado pela primeira vez em inglês em 1941; contudo, seu uso pode ser rastreado pelo menos até a década de 1890. As imagens “pin up” podiam ser recortadas de revistas, jornais, cartões postais, cromo-litografias...        Tais fotos apareciam freqüentemente em calendários, os quais eram produzidos para serem pendurados (em inglês, pin up) de alguma forma. Posteriormente, posters de “pin-up girls” começaram a ser produzidos em massa.
    Muitas “pin ups” eram fotografias de celebridades consideradas sex symbols. Outras pin-ups eram trabalhos artísticos, freqüentemente representando versões idealizadas do que alguns imaginavam ser a representação de uma mulher particularmente atraente. Um exemplo antigo do último tipo foi a Gibson girl (garota de Gibson), desenhada por Charles Dana Gibson. O gênero também deu origem a vários artistas especializados, tais como Gil Elvgren, Alberto Vargas, George Petty e Art Frahm.
Em anos recentes, ilustradores (a saber, Rion Vernon), têm explorado pin-ups de modo mais radical. Vernon, criador do termo "pinup toons" [1], fundiu a clássica garota pin-up com os elementos da HQ e cartoon.
   Ainda hoje,há uma quantidade gigantesca de pessoas interessadas neste tipo de arte e, ou, adeptas do estilo Pin Up,que se vestem ou simplesmente tiram fotos cracterizadas como tal.Muitos homens sentem-se atraídos, ou têm Pin Up's como uma fantasia sexual.
   Particularmente,acho o estilo o máximo,tanto fotos, como gravuras e até as moças que se vesrem assim. Acho muito sexy esse erotismo sem pornografia,esta coisa de mostra mas não vê tudo é a chave do sucesso delas.Além disso,com o estouro que se deu nos últimos anos,com ensaios fotográficos de famosas com estilo Pin Up, as cintas-liga (amo *-*) voltaram com tudo e a mulherada está adquirindo, se não para usar no dia-a-dia,apenas para mexer com o imaginário masculino. Abaixo, algumas das minhas prediletas:

Gravuras




               E a minha predileta


Fotos





       Adoro essa ><

E você, gosta de Pin Up's?

novembro 09, 2009

David Coimbra

     David Coimbra nasceu em Porto Alegre em abril de 1962. Formado em jornalismo pela PUC-RS, chegou a trabalhar em mais de 10 redações do Sul do Brasil. Hoje, além de comentarista da TVCOM, é editor executivo de esportes e colunista da Zero Hora e estrela móvel do programa Pretinho Básico na Rádio Atlândida.
     Ainda quando estava na faculdade trabalhou como assessor de imprensa da Livraria e Editora Sulina. Redigia resenhas, entrevistava autores e acompanhava escritores em suas visitas ao Rio Grande do Sul.Escrevendo,ao longo de sua carreira 13 livros.
     Suas obras são:
º 800 Noites de Junho - reportagem sobre o que ocorreu com o deputado Antônio Dexheimer, principal acusado do assassinato do também deputado e radialista José Antônio Daudt, em 1988
ºA História dos Grenais - a trajetória do maior clássico do futebol gaúcho
ºAtravessando a Escuridão - reportagem sobre um mineiro de carvão torturado pela repressão durante a ditadura militar no Brasil
ºA Mulher do Centroavante - crônicas
ºA Cantada Infalível - contos
ºViagem - histórias de viagens
ºCrônica da Selvageria Ocidental - crônicas e contos
ºCanibais - romance
ºMulheres! - crônicas e contos
ºPistoleiros Também Mandam Flores - folhetim publicado pela editora L&PM
ºJogo de Damas - onde trata sobre a importância das mulheres
ºCris, a Fera - folhetins publicados originalmente no seu blog
ºMeu Guri - crônicas sobre seu filho, Bernardo
     Ganhou ainda 10 prêmios ARI de Jornalismo (concedido pela Associação Riograndense de Imprensa), além de ter recebido o Esso Regional Sul e o Prêmio Direitos Humanos de Reportagem. Como escritor, foi vencedor dos prêmios Açorianos, Habitasul e Erico Verissimo de Literatura.

Entrevista

 Além de jornalista, você também é escritor. Sempre foi envolvido com o mundo da leitura ou só depois de adolescente?
-Eu sempre gostei de ler e escrever, até antes de ler e escrever eu já gostava desse universo.

E o que você costumava ler?
-Em casa eu tinha muitos livros, minha mãe era professora,meu avô gostava muito de ler também e eu sempre estava ali convivendo com eles e os livros, mas desde pequenininho o que realmente me atraia era qualquer coisa ligada a disciplina de História.Claro que quando você é mais pirralho costuma ler história em quadrinhos,histórias infantis e essas coisas todas,eu até me lembro que lá em casa tinha a coleção Mundo da Criança e como minha mãe vendia essas coleções eu sempre acabava lendo, mas o que realmente me fascinava era a disciplina de História.

E você era um aluno aplicado na escola ou era mais levado?
-Nem uma coisa nem outra, eu não era CDF pois eu não era um aluno estudioso,eu sempre gostei de ler mas não era exatamente um aluno super aplicado.Disciplinas como Matemática,Física,Biologia não eram as que mais me atraiam, na verdade não me atraíam nem um pouco, mas algumas coisas eu gostava como História,Português,Literatura e me aplicava nestas.Mas também nunca fui um aluno levado,sempre fui tranqüilo.

Em que momento da tua vida percebeu que era Jornalismo que você queria fazer?
-Na verdade eu sou jornalista para escrever,não escrevo porque sou jornalista.Eu sempre quis fazer isto porque eu sempre quis trabalhar escrevendo, este sempre foi o meu objetivo,desde pequeno.

E você nunca teve nenhuma crise de criatividade, algum tempo que escrever simplesmente não fluía como antes?
-Com certeza isso acontece, mas eu estou sempre procurando alguma coisa, fico pensando o tempo inteiro sobre o que eu vou escrever, é aquela coisa, eu estou sempre naquela angústia de achar um assunto bom. Às vezes acontece de chegar no dia e você acaba escrevendo algo que não é aquela idéia maravilhosa que você tanto queria, então tu fica meio decepcionado consigo. A minha intenção sempre é, com cada texto que eu escrevo, seja para o blog ou para o jornal ou para alguma coisa além disso,é que aquele texto seja o melhor que eu já escrevi,o melhor da minha vida.Mas quando chega a hora e eu simplesmente não tenho nada, o jeito é pensar muito e buscar o que eu tiver.

Qual a primeira redação que você trabalhou?
-A primeira foi no Diário Catarinense, logo que ele foi fundado em 1986.Antes eu já tinha trabalhado em outros lugares, mas eram coisas pequenas.Eu me lembro que eu estava enlouquecido para trabalhar numa redação.Eu já trabalhava como jornalista, mas não em redação de jornal e eu queria muito fazer isso,ser repórter,escrever,fazer matérias,porque eu gosto também de fazer reportagens, então eu estava muito ansioso para ter liberdade de fazer todas estas coisas,então foi muito legal isso de eu sair daqui e ir para Santa Catarina,aonde eu não conhecia ninguém,ninguém conhecia o meu trabalho e poder fazer tudo da minha maneira, poder fazer as coisas do meu estilo mesmo, pois pelo fato de ninguém saber como eu trabalhava ampliava as minhas possibilidades de escrever, ninguém sabia como eu ia me portar diante de “tal” situação, ninguém sabia o que eu ia escrever sobre aquilo, afinal aqui as pessoas já tinham uma idéia pré-concebida sobre a minha maneira de escrever, e com essas novas possibilidades, tu aprende coisas que você nem sabia que estavam dentro de ti, ali você pode inventar uma forma de escrever, como você quer escrever naquele determinado momento porque ninguém está esperando que você faça isto ou aquilo e isso foi a melhor parte disso.Sem contar as pessoas que você conhece nestas experiências, com quem você cria laços para toda a vida.

Já aconteceu de você “se empolgar” e aumentar um fato ou então de escrever algo que não era exatamente aquilo que aconteceu?
-Nossa, isso é o que mais acontece (risos). Até o pessoal costuma reclamar que eu escrevo demais, todo mundo reclama que eu escrevo demais.Aliás,quando eu era pirralho as professoras reclamavam:–“Tu escreve demais David”.(risos)

Da onde veio inspiração pra escrever o primeiro livro?
-Bom, o meu primeiro livro publicado foi o do caso Daudt (800 Noites de Junho ) e essa era uma história que eu tinha muita vontade de escrever,era uma história que tem sangue,sexo,violência, até eu sempre digo que sangue e sexo são os assuntos que as pessoas mais gostam ,é o que motiva elas (risos) , então como eu queria escrevê-la há um tempão,e quando ele mesmo desistiu de escrever essa história, resolvi que eu ia fazer um livro de reportagens sobre isso e foi o que eu fiz e gostei muito do resultado.

Nos seus livros, crônicas e até no modo que fala no Pretinho Básico, nos passa uma idéia de galanteador, conquistador,até a maneira que você descreve as mulheres nos dá a entender que você é safado mesmo.Você é mesmo assim ou é só um personagem?
-Mas tu acha que eu passo essa idéia?São só os guris do PB que falam isso (risos) . A verdade é que eu gosto de mulher né, o que eu vou fazer? (risos) E daí ,se eu sou safado, eu deixo por tua conta (risos).


É muito fácil reconhecer um texto seu,essa identidade dos seus textos (leitorinhos, chops cremosos), sempre foi a sua maneira de escrever ,decidiu que tinha que ter algo diferente ou acabou adquirindo isso com o tempo?
-Cada coisa que eu escrevo, como eu já disse, eu tento escrever o melhor possível então não é uma coisa premeditada , eu acabo escrevendo com toda a vontade que eu tenho sabe e independentemente do que quer que você faça, tem que ser sincero naquilo, tem que mostrar que é você, não adianta querer inventar moda porque as pessoas percebem que você está fazendo algo que não é sincero,então tu tem que fazer aquilo que tiver afim de fazer,sem buscar ter uma segunda intenção, querer fazer polêmica com o texto, por exemplo, querer sucesso por sucesso.Tu tem que fazer aquilo que tu pensa que tem que fazer.

Escrevia na pagina 2 da Zer Hora.Qual é a diferença em escrever na coluna de esportes?
-Além de o assunto ser completamente diferente, tu tem que fazer uma abordagem deste assunto de um modo diferente também,”algo mais sério” pois entra a minha opinião do caso que eu vou contar,é outra abordagem,porque a pessoa que for ler a página 2 vai ler o esporte então ela espera um outro tipo de abordagem do que ela vai ler no esporte,na polícia enfim,então o que muda basicamente é a maneira de escrever.


Dê um recado ou conselho para os estudantes do 1º nível de Jornalismo da UPF.
-Eu não gosto muito de dar conselho, mas eu acho que não só para os estudantes de jornalismo, mas principalmente para eles o que eu digo é para que leiam sempre, estejam sempre lendo,revistas,jornais mas principalmente livros, termina de ler um livro vai pra outro, terminou este outro vai pra outro...Porque isso que nos dá ferramenta para trabalhar, o nosso instrumento é a palavra,mesmo que você vá para a TV ou para o Rádio,vai precisar da palavra para se expressar,para argumentar, tu vai precisar de uma fluência verbal.E pode notar que os que são os melhores na TV,são aqueles que passaram por jornal,porque eles tem exatamente este poder da palavra, colocar aquilo que estão pensando de forma adequada, da maneira que se está pensando.

Entrevista realizada em 03/11/2009 por Ingra Costa e Silva

novembro 05, 2009

Mulheres Fortes- por Danuza Leão

Ah, como deve ser boa a vida das mulheres frágeis; elas sempre tem alguém que carregue os embrulhos, preencha o Imposto de Renda, troque o pneu do carro, e por aí vai. As fortes fazem tudo sozinhas, e são sempre chamadas nas horas do aperto: elas aguentam qualquer tranco, e são tão fortes que se metem até mesmo onde não são chamadas, para ajudar a resolver os problemas dos outros. Elas acreditam no personagem, veja só.
É dura a vida das fortes, que não são poupadas de nada. Se alguém está com uma doença grave, é a elas que vão contar; se a namorada do sobrinho ficou grávida, são as primeiras a saber, e quando alguém da família é preso com uma trouxinha de maconha, são imediatamente chamadas para as providências de praxe...fora os problemas financeiros, é claro. Enquanto isso, os pais e mães desses jovens adoráveis estão tomando uma vodca na beira da piscina sem saber de nada...eles não aguentariam um choque desses e precisam ser poupados, porque são frágeis.

Existe sempre alguém para cuidar dos frágeis, seja um parente, um amigo, até um vizinho, que bate na porta preocupado com o silêncio e para saber se ela está precisando de alguma coisa. Uma mulher frágil é mais frágil que um recém-nascido, e como os homens adoram o papel de protetores para se sentirem fortes e poderosos, é a união perfeita da fome com a vontade de comer. Quando elas ficam doentes, um verdadeiro exército é mobilizado; um leva revistas, o outro um embrulhinho com pêras, maçãs e uvas, e se ela não tem empregada não falta quem vá para a cozinha fazer uma canjinha. Preste atenção que vai perceber que essas mulheres frágeis são indestrutíveis.
As fortes, na hora de uma crise de coluna, se arrastam até a geladeira para pegar um copo de água, e se alimentam o fim de semana inteiro com uma barra de chocolate, pois ninguém telefona para saber se precisam de alguma coisa. E elas, verdade seja dita, preferem morrer de inanição a pedir socorro, para não cair o tipo. Há uma pesquisa a ser feita: uma mulher frágil nasce frágil ou escolhe essa profissão para se dar bem na vida? Por que elas se dão bem, e sempre encontram um homem talvez ainda mais frágil do que elas para cuidá-las, acarinhá-las e cuidar para que nada as atinja, nunca? Afinal ela é tão frágil, coitadinha.
Enquanto isso as fortes se acabam de trabalhar, e são elas que saem dos supermercados com pacotes de compras sem que ninguém se proponha a dar uma ajuda, mesmo que modesta. Somos todos estimulados a ser fortes,mas boa vida mesmo levam as frágeis, daí a dúvida: não seria melhor que as mães, os pais e os colégios ensinassem as crianças a ser frágeis, pois sempre haverá alguém para cuidar delas pela vida toda? E aliás, qual a vantagem de ser forte, além de saber que um dia alguém se referiu a ela dizendo 'aquela é uma mulher forte'? Um grande elogio, é verdade. Mas e daí?
Toda mulher forte tem desejos secretos que não conta nem a seu travesseiro: que alguém, e não é preciso que seja um homem faça um gesto por ela, de vez em quando. Nada de muito importante; apenas um cuidado, do tipo dizer que a está achando pálida, perguntar se tem se alimentado direito, pegar pelo braço e levar para tomar uma vitamina bem forte. Sabe qual é o sonho dourado de uma mulher forte? Ter uma gripe com 38º de febre e poder ficar na cama. Mas para ela até ter uma gripe é difícil, pois uma mulher forte não adoece; e se isso acontecer, o mais difícil vai ser receber ajuda, pois uma mulher forte não deixa que ninguém faça nada por ela, mesmo precisando desesperadamente, para não passar por frágil. E é capaz de preferir se deixar morrer de tristeza, solidão e sofrimento a pedir socorro seja a quem for.
Como são frágeis, as fortes.

novembro 03, 2009

Arte de rua invadindo Passo Fundo

Não é de hoje que a pintura é um modo de expressão.Começou lá na Pré-História, quando os homens da época pintavam em rochas ou até mesmo no interior de suas cavernas,o que acontecia no seu dia a dia.Pintavam bisões, caçadas e cenas do seu cotidiano, suas tintas eram feitas com plantas, minerais e até gordura e sangue de animais e para fazer os traços, usavam como pincéis buchas vegetais e pêlos de animais.Hoje seus "rústicos pincéis" e suas tintas rupestres foram substituidos por latas de spray e por tintas acrílicas de cores brilhantes.As cavernas não existem mais para agregar seus desenhos, mas muros e paredes já sustentam elaborados e criativos graffitis.
O termo graffiti vem do italiano, graffito, que basicamente se refere à inscrições feitas em paredes, desde o Império Romano;e abrasileirado, simplismente grafite.
O grafite consiste em desenhos ou escrituras que são feitas em lugares não usados para esta finalidade,como paredes,calçadas,tábuas, etc. Mas não confunda grafite com pichação, pois o grafite além de já ser considerado parte do âmbito das artes visuais, tem toda uma preparação para fazer, e a pichação é simples ato de depredar o patrimônio alheio,sendo um ato totalmente vândalo.
Este tipo de arte, surgiu aproximadamente na década de 70, quando alguns grafiteiros deixavam mensagens poéticas e, ou políticas em prédios abandonados de Nova York.Em sua forma primária, podemos identificar o tag , que é simplesmente a assinatura do artista, como se fosse a sua marca e que são encontradas em praticamente todos os lugares de uma cidade que tenha pelo menos uma crew de grafiteiros.


Alguns termos usados no mundo do grafite:
ºWriter - Escritor de grafite.
ºTag - Nome/Pseudônimo do artista.
ºHall of Fame - Trabalho geralmente legal, mural mais trabalhado onde normalmente pinta mais do que um artista na mesma obra, explorando as técnicas mais evoluídas.
ºBombing - Grafite rápido, associado à ilegalidade, com letras mais simples e eficazes.
ºThrow-up - Estilo situado entre o "tag"/assinatura de rua e o bombing. Letras rápidas normalmente sem preenchimento de cor (apenas contorno).
ºRoof-top - Grafite aplicado em telhados, outdoors ou outras superfícies elevadas. Um estilo associado ao risco e ao difícil acesso mas que é uma das vertentes mais respeitáveis entre os writers.
ºWild Style - Estilo de letras quase ilegível. Um dos primeiros estilos a ser utilizado no surgimento do grafite.
º3D - Estilo tridimensional, baseado num trabalho de brilho / sombra das letras.
ºBubble Style - Estilo de letras arredondadas, mais simples e "primárias", mas que é ainda hoje um dos estilos mais presentes no grafite.
ºCharacters - Retratos, caricaturas, bonecos pintados a grafite.
ºTrain - Denominação de um comboio pintado.
ºWhole Train - Carruagem ou carruagens inteiramente pintadas, de uma ponta à outra e de cima a baixo.
ºEnd to end - Carruagem ou comboio pintado de uma extremidade à outra, sem atingir a parte superior do mesmo (por ex. as janelas e parte superior do comboio não são pintadas).
ºTop to bottom" - Carruagem ou carruagens pintadas de cima a baixo, sem chegar no entanto às extremidades horizontais.
ºBackjump - Comboio pintado em circulação, enquanto está parado durante o percurso (numa estação por exemplo).
ºCap - Cápsula aplicável ás latas para a pulverização do spray. Existem variados caps, que variam consoante a pressão, originando um traço mais suave ou mais grosso (ex: Skinny", "Fat", "NY Fat Cap", etc).
ºCrew - "Equipe", grupo de amigos que habitualmente pintam juntos e que representam todos o mesmo nome. É regra geral os writers assinarem o seu tag e respectiva crew (normalmente sigla com 3 ou 4 letras) em cada obra.
ºCross - Pintar um grafite por cima de um trabalho de um outro writer.
ºFill-in - Preenchimento (simples ou elaborado) do interior das letras de um grafite.
ºHighline - Contorno geral de toda o grafite, posterior ao outline.
ºOutline - Contorno das letras cuja cor é aplicada igualmente ao volume das mesmas, dando uma noção de tridimensionalidade.
ºInline - Contorno das letras, realizado na parte de dentro das letras.
ºDegradé - Passagem de uma cor para a outra sem um corte direto. Por exemplo uma graduação de diferentes tons da mesma cor.
ºKings - Writer que adquiriu respeito e admiração dentro da comunidade do grafite. Um estatuto que todos procuram e que está inevitavelmente ligado à qualidade, postura e anos de experiência.
ºToy - O oposto de King. Writer inexperiente, no começo ou que não consegue atingir um nível de qualidade e respeito dentro da comunidade.
ºBite - Cópia, influência direta de um estilo de outro writer.
ºSpot - Denominação dada ao lugar onde é feito um grafite.
ºAsdolfinho - Novo estilo de grafite desenvolvido por americanos, no qual é visado a pintura animal.
ºHollow - Grafite ou Bomb que nao tem fill (preenchimento) algum e, geralmente, é ilegal .



Aqui na na cidade, o movimento ainda é pequeno (comparado aos grandes centros), mas já há um pequeno grupo que tem seu nome feito: a Tagville(Tag=assinatura,Ville=da vila ),mais conhecida como a TGV crew. Há,praticamente em todo lugar, uma tag ou algum desenho deste grupo que (por enquanto) é formado apenas por alguns garotos, que decidiram se juntar pelo amor em comum por esta arte de rua.
Começaram a grafitar como uma crew,com apenas 3 amigos, contando agora com mais 6 integrantes.
Eles se juntam sempre que encontram algum muro ou parede disponivel,seguem até lá com suas mochilas repletas de sprays, rolinhos,pincéis e tintas começando o trabalho.Trabalho sim, pois eles levam o grafite muito a sério.Encontrei-me com Gueto e Iugue,dois dos "fundadores" da TGV, para fazer algumas perguntinhas.


Como começou toda essa paixão pelo desenho?

(Iugue)-Eu comecei no desenho me espelhando no meu primo e meus tios que sempre desenharam, minha ambição era ser melhor que eles (risos).
(Gueto)-Comecei desenhando em casa mesmo.Meu tio desenhava bastante e como eu tinha pais separados, passava a maior parte do tempo com ele, então acabei me apaixonando por desenhos.Desde aquela época eu nunca parei de desenhar e agradeço a ele por ter me ensinado o que sei, mas infelizmente ele veio a falecer antes mesmo de ver um graffiti meu,porém tenho certeza que de algum lugar ele está olhando e muito orgulhoso de ter sido ele que me deu o "pontapé inicial".

E como se deu a transição do papel para a parede?

(Iugue)-Meu grafite começou de um jeito meio estranho, pois eu pichava e gostava de desenhar,então quies juntar tudo isso de um modo que me agradasse.
(Gueto)-Na verdade eu sempre tinha vontade de desenhar nas paredes, mas faltava coragem ,eu tinha medo de estragar,sabe?!Fui crescendo e o medo foi passando, até que um dia um amigo pediu para que eu fizesse um grafite na parede do querto dele.Fui sem medo e deu tudo certo.Depois disso não parei mais, tô nisso até hoje. (risos)

O grafitti ainda sofre muito preconceito, principalmente na nossa cidade, aonde as pessoas não estão acostumadas com tal modo de expressão.Já aconteceu alguma situação que os deixou constrangidos?

Já ouvimos de tudo.Críticas, chingamentos, ameaças...Mas a maioria são elogios,muito apoio e incentivo de quem passa no local na hora e é isso que nos dá mais vontade de continuar.

O graffiti é muito diferente da pichação.Dê uma explicação rápida sobre a diferença.

Os dois são modos de expressão,porém o graffiti utiliza desenhos e mais cores.É arte mesmo, já a pichação é algo mais rebelde ,usado como forma de expressão de gangues ou para fazer críticas sociais, mas ambas tem as mesmas raízes, que são a rua.

Mas então a Tag não deixa de ser uma forma, mesmo que disfarçada, de pichação?Não pode ser considerada vandalismo?

A Tag é usada como assinatura do grafiteiro,para registrar o autor de determinada arte.Pode também ser usada apenas para constar a existência do grafiteiro ou que ele passou por algum local de difícil acesso, enfim,mas isso não deixa de ser um vandalismo.

Vocês não acham que chegar em um lugar com suas canetas e tinatas, e desenhar sem a autorização do dono seja vandalismo?

De certa forma sim,mas um vandalismo do bem,onde muitas pessoas entendem e enchergam como arte (que é o seu propósito), mas é claro que quando são em residências pedimos autorização dos donos.

A TGV é uma das primeiras crew's criadas em Passo Fundo(senão a primeira).Em que ano vocês decidiram que tinham de ter um grupo,uma identidade em comum?Como se deu este pensamento?

Em Passo Fundo só existia uma crew,que não se destacava muito na rua, e foi vendo isso que resolvemos ser a primeira crew originalmente das ruas.Na idéia tem 4 anos, mas na prática são quase 3 anos.

Quantos integrantes tem a crew?Quais as "qualidades" necessárias para que alguém se junte à TGV?Seria apenas um grupo de amigos ou um grupo que reúne talentos aqui do interior do estado?

Iniciamos como um pequeno grupo de amigos,logo mais foram se juntando alguns conhecidos que aderiram à arte.A Tagville é uma família que não pára de crescer.Dentro dela já estão surgindo outras "SubCrew's" , mas todas vindo da mesma raiz, a TGV.E para se juntar à nossa crew, basta ter amor pela arte de rua e suas vertentes e correr atrás disso.

Mas vocês fazem isso por distração ou esperam um futuro disso?

Com certeza todo mundo espera um futuro fazendo aquilo que gosta,mas nem sempre dá certo.Nós ainda estamos lutando para ser reconhecidos, mas se não der certo, vai ficar para sempre como uma distração e uma paixão que só quem faz sabe como é.

Já dá para perceber que a qualidade dos desenhos, assim como os lugares em que são feitos estão melhorando,porque vocês acham que isso vem acontecendo?

Pelo esforço de cada um.Como aqui não existe nenhuma outra crew para nos espelharmos,cada integrante corre atrás do seu próprio estilo e tenta evoluir da melhor forma possível, sempre trocando idéias com os outros integrantes da crew.

Tem uma galerinha nova que curte o graffiti e que anda se espelhando em vocês.Mandem um recado pra quem está pensando em fazer isso.

Desenhe,desenhe,desenhe no papel até cansar.Quando achar que já está preparado,vá para a parede e desenhe,desenhe e desenhe(risos).Por mais que pareça impossível, não desista nunca.


Contato e mais fotos: Orkut da TGV crew


Por Ingra Costa e Silva

outubro 29, 2009

Sabe quando você sente


que o mundo caiu em cima da sua cabeça?
Pois é.  :/

é bem isso mesmo



La vida en corcho from Rut Abrado on Vimeo.

Manias

"Tenho horror a chamados, principalmente da campainha da minha casa ou do meu telefone celular.

Quando um dos dois toca, estremeço: ali vem notícia ruim.
***
Nunca a campainha da minha casa tocou para surgir uma pessoa que vá me ajudar.
Quase sempre a campainha da minha casa toca para me pedirem ajuda.
E o meu telefone celular quase sempre toca para me trazer uma má notícia.
***
Já tentei jogar fora o celular e tentei desligar a campainha da minha casa. Mas não consegui.
Parece que estou viciado em más notícias, acostumado a complicações.
***
Assim é uma mania que tenho nas sinaleiras. Há dias em que estou para não dar esmolas. Saio de casa com a firme determinação de não dar óbolos para ninguém.
E, por mais que me peçam ou implorem nas sinaleiras os mendigos ou inconvenientes, não dou esmola para nenhum deles.
Mas há dias em que dou esmola em todas as sinaleiras. São 17 sinaleiras da minha casa até Zero Hora. Então, separo 17 moedas e as guardo para dar aos pedintes.
Há dias em que estou tão à flor da pele, que, quando o mendigo me ataca na sinaleira, sinto ímpetos de sair do carro e deixar o veículo para o mendigo dirigir e fazer dele o que bem quiser, até mesmo vendê-lo.
E há dias em que brutalmente fecho o vidro do meu carro quando me aproximo da sinaleira. Não quero saber de mendigos.
Definitivamente, eu sou um ciclotímico.
***
E há dias em que estou para conversas. Chego a atacar pessoas para conversar com elas. Deito e me reviro nos assuntos.
Mas há dias, em contrapartida, em que não quero falar com ninguém, só quero ir pra casa fumar e dormir.
***
E, estranhamente, há dias em que estou para pagar contas. Pago tudo que está para ser pago, pago até contas atrasadas, acrescidas dos malditos juros.
Mas há dias em que me recuso de tal maneira a pagar contas, que não pago nem as contas que vencem naquele dia e vão me causar problemas de quitação depois.
Não pago, não pago e... pronto: vão cobrar do diabo!
***
São manias que tenho e não sei por que as tenho.
São manias, são princípios, enlouquecidos princípios.
Por exemplo, outra mania que tenho: nunca janto fora aos domingos e às segundas-feiras. Não adianta, se os jantares são em festas que caem na segunda ou no domingo, deixo de ir à festa.
Nos outros cinco dias da semana, saio para jantar fora em todos eles, estou gordo acho que por essa mania.
***
Mania é conduta que não se explica. Esta que tenho de só pegar e acender o isqueiro, sempre, com os dedos da mão esquerda, eu que sou destro, não tem explicação.
Outra mania que tenho, quando falando comigo uma pessoa joga perdigotos em meu rosto, delicadamente pergunto a ela se tem lenço. Ela pergunta por quê. E eu respondo que é para limpar os perdigotos que ela lançou no meu rosto.
Sei lá por que nós temos manias..."

E me diga:você não se identificou com pelo menos duas destas manias? :D

outubro 28, 2009

Em defesa da elite-por David Coimbra em 14 de março de 2009

Qualquer um pode ser jornalista. Um médico, um advogado, um engenheiro, todos esses, se fizessem um curso básico de um aninho, teriam condições de trabalhar como jornalistas.
A premissa contrária não é verdadeira. Um jornalista não poderia ser médico sem fazer a faculdade inteira de Medicina e mais a residência. Nem arquiteto ou engenheiro ou advogado.
O fato é que o jornalismo é uma profissão muito simples. Muito fácil de ser exercida. E é aí, justamente na facilidade, que residem as dificuldades.
Dias atrás ocorreram dois casos ilustrativos. O assessor de imprensa de um deputado distribuiu rilises com declarações do dito-cujo sobre depoimentos na CPI do Detran ANTES de os depoimentos serem tomados. Ouvi uma penosa entrevista do assessor. Assumiu a culpa pelo desastre, isentou o deputado, pediu perdão. É um jovem, tem dois anos e meio de profissão. Pela forma corajosa como se comportou, acredito que será um bom jornalista e que irá crescer com o incidente. Mas, se tivesse cinco ou seis anos de REPORTAGEM, duvido que cometesse o erro. O exercício da reportagem faz toda a diferença nessa profissão.
O outro caso acontecido é a prova disso. No fim da tarde do mesmo dia, o Túlio Milman, em seu programa na Gaúcha, recebeu a informação de que as aulas no Parobé seriam suspensas devido à morte de um professor. Perguntou à repórter que trazia a notícia qual era o nome do professor. Ela vacilou, começou a pensar, ia falar, mas o Túlio a interrompeu:
- Não confia na memória: confere o nome certinho e depois traz aqui.
O Túlio, jornalista experiente, sabe que o erro está sempre de tocaia e ataca quando a gente está relaxado, quando a gente acha que aquilo que está fazendo é fácil e simples. Por isso, como ouvinte, telespectador e leitor, como consumidor de informação, desprezo o excesso de interatividade. Quando ligo o rádio e ouço "esse programa é feito pelo ouvinte", mudo de estação. Não quero ouvir algo que é feito pelo ouvinte, nem ler o que o leitor escreve. Quero o trabalho do especialista, do jornalista de comprovadas experiência e competência. Quero consumir a elite, não a mediocridade. Até democracia demais cansa.

*Sem mais né gente ?!

Dia dos Mortos

Estava pesquisando uns desenhos para tatuagens esses dias e me deparei com algo meio inusitado: A Santa Morte. Claro que eu já tinha visto aquele desenho de uma "santa" que no luigar da face tinha uma ceveira, mas pensei que era algo meio macabro sa, nada sério.Mas o pior (ou melhor) é que ela existe e é uma santa de verdade mesmo.
A Santa Muerte é originária do México, aonde se comemora (comemora mesmo!) o dia de Finados.O que para nós é um dia que vamos ao cemitério, nos lamentamos e ficamos cabisbaixos o dia todo, para os mexicanos é dia de celebrar a vida e dedica-se a festa às crianças e aos parentes já falecidos.
O povo mexicano se dedica muita a essa festa, pois afirmam que é neste dia que as almas dos falecidos vem visitar seus parentes.Para comemorar há muita música, bebidas,comidas e os mais variados tipos de doces, aonde tudo lembra Santa Muerte e caveiras.
Neste dia, é feito uma altar que tenha uma foto da pessoa a ser lembrada, doces sírios e uma pintura das almas no purgatório,esses itens são indispensáveis na montagem do altar.





*Seilá, achei interessante.E confesso que acho bem mais interessante o modo deles passarem o 2/11 e que eu realmente acho a Santa Muerte e La Catrina muito bonitas :D

outubro 26, 2009

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todo homem TEM que saber

1. Fazer mamadeira e trocar as fraldas

Parece idiota, mas você sabe fazer isso com o mínimo de habilidade? Sempre vejo as minhas amigas que já têm filhos se desdobrar em dez enquanto os parceiros assistem televisão. Não é vergonhoso saber trocar fralda. Se for pai, aprenda isso junto com a sua parceira. Seu avô aposto que nunca fez uma mamadeira. Seu pai, pode ser que sim. Já é hora dessa geração saber. Já não era sem tempo.


2. Saber o que tem nos armários de casa
Você pede para o seu namorado ir ao mercado comprar algo e escreve a lista com localização, marca, valor e corredor que está o produto? Chega de se matar em detalhes. O homem deveria se interessar em saber o que está faltando em casa. Para alguns, mercado só serve para comprar: Pão, cerveja e carvão. Tente se lembrar por conta do que é preciso para passar a semana.


3. Saber identificar produtos de limpeza
Não, não dá pra lavar as roupas com detergente. Não, não se passa bombril para lustrar os móveis. Bombril é esponja de aço, Kiboa é alvejante, Pinho sol é desinfetante e Veja é limpador multiuso. Anotem, rapazes.


4. Escolher as roupas sozinhos
Não entendo. Tudo bem que quando vamos fazer comprar levamos alguém para ter uma segunda opinião e tal. Mas, quando precisamos, sabemos nos virar sozinhas. Os homens têm que saber e vivenciar a incrível sensação de autonomia das compras. Se ele souber escolher meias, cuecas e camisetas por conta própria, seria uma benção!


5. Dançar
Não é um bicho de sete cabeças. É legal, bonito e romântico. Você não precisa ser profissional, basta saber segurar uma mulher com firmeza, olhar no olho e se balançar um pouco. Viu? Nem somos exigentes!


Em defesa dos homens...
Já repararam como um homem segurando um bebê é lindo? Se eles seguram da maneira certa, é divino. Se eles seguram com um jeitão meio atrapalhado, se esforçando para dar algum conforto ao pequeno, é sem palavras.

Tirei lá do Malvadas   :)

outubro 23, 2009

Para pensar


"Se um homem quer você, nada pode mantê-lo longe;

Se ele não te quer, nada pode fazê-lo ficar.
Pare de dar desculpas (de arranjar justificativas) para um homem e seu comportamento.
Permita que sua intuição (ou espírito) te proteja das mágoas.
Para de tentar se modificar para uma relação que não tem que acontecer.
Mais devagar é melhor. Nunca dedique sua vida a um homem antes que você encontre um que realmente te faz feliz.
Se uma relação terminar porque o homem não te tratou como você
merecia,”foda-se, mande pro inferno, esquece!”, vocês não podem “ser amigos”. Um amigo não destrataria outro amigo.
Não conserte.
Se você sente que ele está te enrolando, provavelmente é porque ele está mesmo. Não continue (a relação) porque você acha que “ele vai melhorar”.
Você vai se chatear daqui um ano por continuar a relação quando as coisas ainda não estiverem melhores.
A única pessoa que você pode controlar em uma relação é você mesma.
Evite homens que têm um monte de filhos, e de um monte de mulheres diferentes. Ele não casou com elas quando elas ficaram grávidas, então, porque ele te trataria diferente?
Sempre tenha seu próprio círculo de amizade, separadamente do dele.
Coloque limites no modo como um homem te trata. Se algo te irritar,faça um escândalo.
Nunca deixe um homem saber de tudo. Mais tarde ele usará isso contra você.
Você não pode mudar o comportamento de um homem. A mudança vem de dentro.
Nunca o deixe sentir que ele é mais importante que você… mesmo se ele tiver um maior grau de escolaridade ou um emprego melhor.
Não o torne um semi-deus.
Ele é um homem, nada além ou aquém disso.
Nunca deixe um homem definir quem você é.

Nunca pegue o homem de alguém emprestado.
Se ele traiu alguém com você, ele te trairá.
Um homem vai te tratar do jeito que você permita que ele te trate. Todos os homens NÃO são cachorros.
Você não deve ser a única a fazer tudo…compromisso é uma via de mão dupla.
Você precisa de tempo para se cuidar entre as relações. Não há nada precioso quanto viajar. Veja as suas questões antes de um novo relacionamento.
Você nunca deve olhar para alguém sentindo que a pessoa irá te completar.
Uma relação consiste de dois indivíduos completos,procure alguém que irá te complementar… não suplementar.
Namorar é bacana. mesmo se ele não for o esperado Sr. Correto.
Faça-o sentir falta de você algumas vezes… quando um homem sempre sabe que você está lá, e que você está sempre disponível para ele, ele se acha…
Nunca se mude para a casa da mãe dele. Nunca seja cúmplice (ou co-assine qualquer documento) de um homem.
Não se comprometa completamente com um homem que não te dá tudo oque você precisa. Mantenha-o em seu radar, mas conheça outros…
Compartilhe isso com outras mulheres e homens (de modo que elessaibam). Você fará alguém sorrir, outros repensarem sobre as escolhas, e outras mulheres se prepararem.
O medo de ficar sozinha faz que várias mulheres permaneçam em relações que são abusivas e lesivas: Dr. Phill
Você deve saber que você é a melhor coisa que pode acontecer para alguém e se um homem te destrata, é ele que vai perder uma coisa boa.
Se ele ficou atraído por você à primeira vista, saiba que ele não foi o único.
Todos eles estão te olhando, então você tem várias opções.
Faça a escolha certa."
Oprah Winfrey

Bem nessa mesmo :]

outubro 20, 2009

Guerrilheiros Imortais- por André Dusek

A imortalidade se constrói no decorrer de uma vida. Um homem ou uma mulher sobrevivem após a morte biológica pela reprodução de sua obra, suas idéias e seus exemplos para as gerações futuras. O médico argentino Ernesto Che Guevara será sempre lembrado pela vitoriosa revolução Cubana e pela sua luta em outros países pela liberdade dos povos oprimidos. O fotógrafo cubano Alberto Korda jamais será esquecido devido à suas fotos que registraram o início da revolução cubana e pelo exemplo profissional que ele se tornou. Os caminhos de Che e Korda em busca da imortalidade se cruzaram.

Em 5 de março de 1960 o jovem fotógrafo Alberto Korda que trabalhava para o jornal cubano Revolución foi cobrir uma cerimônia fúnebre de 136 vítimas de um atentado da CIA em Havana. No dia anterior o cargueiro francês La Courbe que trazia armas belgas para a revolução de Fidel Castro explodiu numa sabotagem no porto de Havana. Na cerimônia, um ar de revolta e indignação marcavam os presentes: Fidel discursava ao lado de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir no palanque e Korda fotografava a 10 metros com sua Leica . De repente, Che Guevara sai de trás da tribuna e aparece com um olhar expressivo e Korda faz duas fotos. Uma delas se tornaria, sete anos depois, um ícone mundial. Na época o jornal Revolución não usou a foto, entitulada pelo autor de “El Guerrillero Heroico” . Korda sabia da importância daquela foto e a arquivou com o maior carinho.

Cinco meses antes da morte de Che , o editor italiano Giangiacomo Feltrinelli esteve em Cuba e solicitou duas cópias da foto “El Guerrillero”, até então inédita e Korda as cedeu de graça. Com a morte de Che em 1967 a foto apareceu em público pela primeira vez na cerimônia fúnebre em Havana ampliada em tamanho gigante e colocada no prédio do Ministério do Interior. Logo depois, Feltrinelli reproduziu e vendeu um milhão de cartazes com a foto do ”El Guerrillero Heroico” e Korda não recebeu nem um centavo pelos direitos autorais . A partir daí a imagem de Che nesta foto de Alberto Korda virou uma coqueluche mundial até os dias de hoje: bandeiras em manifestações, camisetas, posters, placas, capas de livros e revistas, broches, relógios, medalhas e moedas cubanas. Em Brasília, na Ceilândia, tem ferro velho e oficina mecânica com a foto do “El Guerrillero” na placa out door. Milhares de adolescentes de hoje usam camisetas com o ícone de Che, símbolo de rebeldia e liberdade.
Apesar de não ter recebido qualquer dinheiro pela foto do Che, Korda não se importava. Para ele o mais importante era o respeito e o reconhecimento ao seu trabalho e à Revolução Cubana. Em entrevista à revista ISTOÉ em 1997 ele disse: “É uma satisfação íntima saber que meu trabalho vai transcender minha vida. A história da Revolução Cubana pode ser escrita por mil autores, mas será ilustrada com minhas fotos”. Mais do que dinheiro, Korda queria respeito à memória de Che. Por isso no ano passado, quando viu a foto “El Guerrillero” estampada em anúncio de vodka Smirnoff ele resolveu pela primeira vez processar judicialmente pelo uso indevido da imagem, sem autorização do autor. Indignado, pois Che não bebia, Korda processou a Agência Publicitária Lowe Lintas, criadora da campanha e a Rex Features, empresa que vendeu a fotografia. O tribunal de Londres mandou tirar a campanha das ruas e pagar uma indenização de US$ 50 mil dólares ao autor da foto. Korda doou todo o dinheiro para compra de remédios para as crianças cubanas. “Che faria o mesmo”, disse o fotógrafo.
Alberto Korda na verdade se chamava Alberto Diaz Gutierrez. Adotou o nome Korda no início da carreira em homenagem ao cineasta húngaro Zoltan Korda. No dia 25 de maio de 2001, Alberto Korda estava em Paris sendo homenageado em uma exposição de seus trabalhos, quando sofreu um infarto e morreu, aos 72 anos de idade. Korda deixou viúva e cinco filhos, sendo que um deles, Fidel Alberto, se tornou fotógrafo. Ele foi enterrado em Havana na terça dia 29 com a presença do presidente Fidel Castro. Autor da foto mas divulgada do mundo, Alberto Korda deixou mais do que isso, seu exemplo de vida.
Che vive e Korda não morreu!
André Dusek




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Aprendi que..amores eternos, podem acabar em uma noite.
Que grandes amigos podem se tornar grandes inimigos.
Que o amor, sozinho, não tem a força que imaginei.
Que posso dizer que amei e no fundo descobrir que nem gostei.
Que ouvir aos outros pode ser o melhor remédio ou o pior veneno.
Que a gente nunca conhece uma pessoa de verdade, afinal gastamos uma vida inteira para conhecer a nós mesmos.
Que confiança não é questão de luxo, e sim de sobrevivência.
Que os poucos amigos que te apoiam na queda, são muito mais fortes do que os muitos que te empurram. Que o "nunca mais'"nunca se cumpre.
Que o "para sempre" sempre acaba.
Que ainda não inventaram nada melhor do que colo de mãe desde que o mundo é mundo.
Que vou sempre me surpreender, seja com os outros ou comigo.
Que vou cair e levantar milhões de vezes... e ainda não vou ter aprendido tudo!