abril 30, 2012

Do assovio que não escuto














E ao invés de engarrafar a saudade
Travo uma batalha interna e diária.
Vou à luta!

da minha alma e do meu coração...
Tento derrubar a injustiça dos meus sentimentos

que insistem em prevalecer sobre os pensamentos.
Prevalecem mais que a poesia
essa, que sempre dominou a minha vida.

E eu já não sei nem como proceder.
Não sei assoviar
e pra foder de vez

esqueço-me.
Toda hora, todo tempo.
Não entendo...

Perdoe-me:
por ora não terei mais bombons para roubar.


Let it be.
-ICS

abril 29, 2012

Das dores que eu sinto



E agora, nem o GreNal parece ter graça
Sem ele para brigar.
E para acalmar
Somente uma carteira de cigarro
(por dia)
e a morte lenta que ela traz.
-ICS

Do muro que construí


E as vezes você sofre tanto, mas tanto
Que constrói um muro
para te livrar dos maus.
O problema disso
É que também afasta os bons.
Os assusta.

E eles fogem.


-ICS

Desconvencional



E ela chegou em casa com um buraco no peito
decidida a fazer uma panela de brigadeiro 
e assistir PS Eu Te Amo.


Abriu uma cerveja,

colocou os pés na mesinha de centro
e assistiu UFC.



Enquanto acendia seu cigarro

tinha certeza que não era uma mulher convenciona.l
E nem queria ser.

-ICS

abril 14, 2012

E por falar na minha vida


E quando eu estou muito, muito triste
Eu me tatuo
Eu fumo
Tomo  um whisky
E mando tudo pra puta que pariu.
-ICS

Olhos secos


E se você guardasse
Todas essas minhas lágrimas que você derramou
num potinho
Trocasse-as por corações de açúcar
E me devolvesse um dia?
Um dia...
Quem sabe um dia.
-ICS


abril 13, 2012

Náufrago



Um barco de papel
foi o presente que ganhei
daquele moço.
Mas barcos de papel,
apesar de n'água flutuarem
quando muito tempo nela, afundam.
Viram nada.
Assim como eu:
na saliva dos teus beijos.
-ICS

Sarau

Poesia, meia luz, amigos e um violão.
Uma gaita
Um chocalho que parece um ovo.
Castanholas
Nada do mais do mesmo.
E felicidade. Muita felicidade.

abril 12, 2012

E por falar no que eu vi...



E ela chorava, e se rasgava por dentro
Enquanto muda, ouvia Jobim e tirava o esmalte descascado as unhas.
Por coincidência, aquele era o esmalte que ele achava horrível.
Mas ela gostava tanto...


Crueldade era pouco para classificar a atitude dele
Aquela música que arrancou risadas de todos os outros
Foi como um punhal no coração dela. Mas só ela sabia.
Só ela sentia
Só ela viu, a maldade por trás daqueles versos ‘divertidos’

Só ela chorava, agora, sozinha no quarto.
Ouvindo por milhões e milhões de vezes a poesia 
que declamou com um sorriso no rosto, olhando para ele,
Enquanto no lugar do seu coração:
Apenas um vazio.
E a dor da humilhação.

abril 11, 2012

E por falar em opinião


Enquanto você morre pelo seu deus, 
eu me proponho a morrer para que todas as pessoas vivam em pé de igualdade.
Enquanto você canta, dança,grita e seilá mais o quê,
eu luto por uma sociedade justa. 
Para que os teus, num futuro talvez próximo, 
não passem necessidade por que a minha atitude fez a diferença.
Vai orar vai.
Que eu vou tentar arrumar toda essa cagada;

Se só rezar mudasse o mundo não existia gente passando fome.
Nem morrendo em filas de hospitais.
Nem analfabetas, nem moradores de rua...

abril 09, 2012

E por falar em perda I


É difícil perder pessoas. Ainda mais, quando as perdemos pra sempre.
Por mais que saibamos que a morte é a única certeza da vida, sempre é difícil.

Nós, seres humanos, somos a espécie que pior sabe lidar com a morte. E talvez a única que tenha certeza dela.

Hoje eu vi pessoas chorando, desmaiando, brigando, gritando e em estado de choque. Mas nada disso fez o defunto ressuscitar e muito menos, levantar pra dar um olá.

Ele continuou ali, inerte. Sustentando seu farto bigode. Bigode esse que antes servia de moldura para um largo sorriso. Hoje, apenas era um chumaço de pelos no rosto morto de um homem.

É difícil lidar com a morte, como é. Mas não adianta, meu amigo, vir chorar depois que o espírito abandonou a carcaça. Não adianta prestar homenagens e gritar que ama, depois que o que resta é apenas um corpo já desfalecido.

Por isso meus amigos, visitem seus entes enquanto respiram,sentem e podem falar com você. Falem o que sentem e o quanto se importam enquanto eles podem saber de todos os teus sentimentos por eles.

E no meu velório (esse dia vai chegar) eu não quero absolutamente NINGUÉM que nunca me visitou/ligou/faceboqueou ou algo do gênero. Nunca se importou quando era vivo, que que quer pagar pau depois de morto?

abril 07, 2012



E então hoje é o verdadeiro dia do jornalista. São tantos distribuídos no decorrer do ano que o verdadeiro dia passa batido. O Dia do Jornalista é comemorado dia 7 de abril no Brasil, em homenagem ao médico e jornalista João Batista Líbero Badaró, brasileiro de origem italiana, que morreu assassinado por inimigos políticos, em São Paulo, no dia 7 de abril de 1830. O fato ocorreu durante uma passeata de estudantes em comemoração aos ideais libertários da Revolução Francesa. Além de, ser o dia da fundação da Associação Brasileira de Imprensa.

Histórias a parte, hoje é dia de comemorar o quê?
Comemorar a censura invisível? Comemorar o número infinitamente grande de profissionais robôs? Comemorar a imprensa de direita que manda no país? Comemorar a discriminação interna com algumas editorias? Comemorar o baixíssimo salário?
É difícil ser jornalista quando as instituições te ensinam técnicas utópicas de jornalismo e, que a meta da sua vida deve ser entrar num grande veículo aonde, na maioria das vezes a realidade e a informação é manipulada/manipuladora. Um profissional realmente ÉTICO e que traga a verdade à tona. Mostrar realmente o que está acontecendo sem pender pra lado nenhum? Isso sim é impossível. Para mim, o grande problema é que, o lado mostrado geralmente pende para o interesse da minoria rica e não, da maioria trabalhadora.
Ser um jornalista militante então? É o pedido do seguro desemprego. Ou a (rara) contratação por algum sindicato. É difícil hoje em dia, ser um jornalista com opinião própria quando existem interesses dos grandes patrões por trás de tudo que o veículo transmite. É quase impossível resgatar os valores históricos da profissão, como jornalistas com posicionamento e atuação política.

Tudo isso é realmente muito difícil.
Mas nunca gostei de nada que é fácil.  
E acredito que, mesmo com todas as dificuldades, ainda há esperança. 
E eu a busco nos olhos de cada pessoa que eu entrevisto. Seja a pauta que for.
Em cada (raríssima) denúncia que é feita através de qualquer veículo.
Em cada matéria bem feita.
Em cada boa história que passa despercebida pelos olhos quase de todos: menos ao olhar atento dos verdadeiros jornalistas.
Parabéns a todos os jornalistas que acessam o meu blog.