julho 29, 2013

Esse é só pra te dizer

E eu acho que o que me conquistou
Foi esse teu jeito todo errado!

Foi essa mania insuportável
De me cutucar as costelas.

Foi esse costume odioso
De me fazer cócegas infinitamente
De me morder em público.

Ou de colocar o pé pra eu tropeçar
-e eu sempre tropeço!-

Os papos malucos sobre et’s
Os sustos enquanto assistimos filme
A vontade de viajar junto.

O calor com que me abraça
O carinho quando mexe no meu cabelo
O sorrisão do tamanho do mundo.


A pose de durão
Que some
Quando eu faço teu doce predileto.


Ou ainda quando deixa um bigodinho maroto
Só pra eu parar de pentelhar.

Esse não é mais um poema
Que eu escrevoinspirada em você.
É só um amontoado de letras que eu uso pra dizer:
-Eu também estava com saudade.

-ICS

Admito

Ainda sinto a necessidade
De confrontar debates mentirosos.

Argumentos infundados
Muito me perturbam.

Assim como os teus.

Que fazem que eu abandone
qualquer indiferença
E dedique meu precioso tempo
Para desconstruir teus argumentos falhos.
-ICS

julho 26, 2013

Das coisas que não entende

Há tempos tornei-me indiferente
Pouco me importa o que fazes da vida
O que lê, escreve
Ou em quais corpos se aconchegou.

As dores que um dia senti
Foram tiradas de mim
Por alguém bom.

Ao contrário do que pensas
Não
Não continuo apegada ao passado
Apenas o uso de inspiração para os escritos
Que insistem em sair dos meus dedos
Que digitam sem pensar.


Inspiração
E nada mais.


Não se iguale ao que vivo ou vivi
Nunca me conheceste
Assim como não o conheci.

Vivemos em tempos distintos

Não jogues em mim
A culpa do teu sentimento
De incompetência em me fazer feliz.


Nunca quis que se sentisse culpado
O fizeste sozinho.

-ICS

Aviso aos leitores

Não sejam hipócritas!
Inspiração é diferente de sentimento
Escritores são assim
Sentem mais nas letras que no coração.
E o que não sinto, invento.

Aumento.

Escrevo com a alma, sim.
Mas ninguém disse que precisa ser verdade.
-ICS

julho 19, 2013

O que te incomoda mais: a nudez ou a orgia política?

Foi começar a ser divulgada a foto dos “Pelados da câmara de POA” que o falso moralismo começou a ecoar pelas redes sociais.

Vi de tudo. Pessoas desmerecendo o movimento, chamando de putaria. Exaltando o desrespeito com a ‘casa do povo’ que, diga-se de passagem, é casa daquele povo ali também. E sinceramente eu costumo ficar pelada em casa.

Eu não sei se tenho um cérebro avançado, se tenho o cérebro atrasado ou se vivo numa bolha, mas na minha concepção de mundo ver pessoas peladas em forma de protesto, NADA TEM DE CHOCANTE! MUITO MENOS IMORAL OU RETRÓGRADO.

Para mim, retrógrado é ver a coisificação do corpo da mulher em propagandas que fomentam o consumismo exagerado (e o machismo também). Imoral é viver em um país tropical, aonde todo mundo anda semi nu a maior parte do ano e faz um dramalhão quando vê alguns pênis e vaginas de pessoas que não são modelos.

Num país aonde a nudez (dita como arte) do carnaval é ovacionada não só pelos brasileiros, mas é um dos cartões postais do país, e quando usada como arte revolucionária, é vandalismo.

Num país aonde o banquete de R$28 mil que o presidente da câmara dos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB) ofereceu com o NOSSO DINHEIRO (pois foi custeado com suprimento de fundos) sequer é mencionado nas redes sociais afinal, os vândalos estavam pelados.

Penso, meus queridos moralistas de plantão, que está na hora de colocar a mão na consciência e rever seus conceitos. Pois se a corrupção te assusta menos que órgãos genitais, acho que os seus valores estão meio deturpados.

E se ficar pelado for o caminho para a revolução, com licença, já estou tirando as meias.

Ingra Costa e Silva.

julho 18, 2013

Mês VI


Passaram-se mais 30 dias
Descompromissados
Lado a lado
Desavisados
E sem rumo...

Viajando pela nossa estrada
Sem destino certo.
Traçando caminhos únicos
Desenhando uma nova história.

Deixando-se levar, apenas,
Por sorrisos sinceros
Abraços quentes
E carinhos sem ter fim.

-ICS

julho 11, 2013

Era um 12 anos

O barulho das teclas da máquina de escrever ecoavam dentro da velha casa de madeira.
Na mesa, algumas folhas amassadas e um copo de whisky. 
Mulheres não costumavam beber isso. 

Mas ela não costuma ser como as mulheres.
Fumava. Bebia. 
Fodia com quem queria.
E sofria.

Sofria como nenhum cachorro sarnento de rua jamais sofrera.
Agoniava.

Toda vez que lembrava de seus amores era como se suas vísceras fossem arrancadas com as unhas afiadas de uma águia.

Tec tec tec.
Seus dedos que procuravam letras freneticamente quase sangravam.
E ela preferia que fosse assim.

Quem sabe com o sangue escorrendo das mãos, a dor seria direcionada.
Pois já não aguentava sua alma mergulhada em agonia.

-ICS

Tec tec tec

E quando a tristeza não pode escorrer pelos olhos
Ela corre pra os meus dedos
Que digitam freneticamente
Como se a cada letra que eu batesse
Tirasse um pouco do peso
Que hoje carrego no coração.
-ICS

Abandono

Talvez não tenha nada mais cruel
Que a dor do abandono.

É uma dor lancinante
Destruidora

Percorre as entranhas
Corrói de dentro pra fora.

Machuca.
Destrói.

Ouvir passos que não são os teus
Uma risada que não é a tua

Sentir o vento nos meus cabelos
Sussurrando que você não vem

E que mesmo sem você vir
As estrelas continuarão brilhando.

O céu continuará azul
E os teus olhos, marejados,
Verdes.

-ICS