maio 20, 2014

Do tempo que passa e só você não vê

“-Eu conheço esses olhos
-Não, não conhece mais.
-Mais do que ninguém eu sei quando tu sofre, nega
-É, mais do que ninguém
-Quem sabe um dia, que nem eu, ele perceba a mulher incrível que tu é

-Quem sabe um dia, que nem o teu, já seja tarde.”


-ICS

março 31, 2014

Do dezembro que passou e do que vai vir

Abraço. Beijo. Mensagem de texto. Ligação. Cozinhar. Beber no batatas. Sentar na grama pra fumar. Ouvir as músicas chatas dele. Ele ouvir as músicas chatas dela. Ouvir juntos músicas que todo mundo acha chata menos vocês. Rir sozinho. Rir do outro. Rir de qualquer coisa. Juntos. Fazer coceguinha nas costas. Ganhar coceguinha nas costas. Dormir abraçado. Ocupar a cama inteira pra dormir. Dormir só num cantinho porque ela é espaçosa demais. Acordar e mentir que sonhou com um poema só pra sussurrar o poema no ouvido dele. Acordar e tocar uma música pra ela. Ela rir envergonhada e dizer que ele faz voz esquisita quando canta. Esperar ela se arrumar. Se atrasar pra se arrumar. Lembrar quando vê algo. Arrepiar quando mexe no pescoço. Brigar. Se acertar em seguida. Rir da briga. Xingar. Dizer ‘é tu!’. Comer Xis da Cidade. Comer pizza do Cesinha. Perguntar se lembra que já comeram. Rir porque não lembrava. Comer tudo e depois ficar de cara. Dizer que nunca mais vão jantar. Fazer careta quando se vê. Comparar os bronzes. Colocar os pés no painel do carro. Brigar para tirar os pés dali. Prestar atenção no filme, abraçados. Não prestar atenção no filme porque não param de se beijar. Ganhar chocolate. Comer o chocolate surpresa. Ganhar presente sem data. Dar presente sem data. Ficar com vergonha de conhecer a família. Rir porque o outro está com vergonha. Brincar com os dogs. Escrever uma carta pela metade, porque brigaram por telefone enquanto escrevia. Dar a carta pela metade. Receber a carta de volta, com o resto escrito. Chorar por causa da carta. Prometer que nunca mais vão brigar. Dividir a cerveja. Dividir o cigarro. Dividir a vontade de ir morar na praia. Comida japonesa. Comer comida japonesa mesmo sem gostar. Sair com os amigos do outro. Colocar os pés em cima dos pés dele. Passar os braços na cintura dela. Apoiar os braços no ombro dele. Fazer dancinha pra comemorar. Se entender só com uma piscadela. Falar qualquer besteira só para o outro rir. Tocar violão. Ficar o vendo tocar violão. Ensinar ela a andar de skate (sem sucesso). Ensinar ele a ajeitar o lençol de elástico (sem sucesso). Chorar junto. Virar francês quando ela chora. Chamar de nega. Chamar de branquelo. Odiar e ter vontade de nunca mais ver. Abraçar e não querer soltar nunca mais. Pensar que pode ficar muito bem sem. Concluir que é mentira, já que é muito melhor ficar ‘com’. Andar de carro sem rumo. Deixar ela dirigir e ficar tenso. Ter vontade de beijar do nada. Ter vontade de dar um cheiro. Ataque de cócegas. Esquecer o passado. Viver o presente na manha. Deixar que o futuro aconteça. Ser feliz, não interessa até quando.

Ás vezes a gente diz que gosta de um jeito diferente.

-ICS

março 27, 2014

das cartas que eu não mando

“Caralho, será que ele não percebe a mulher incrível que está do lado dele?”

Não, ele não percebe.

Ele não percebe que os olhos dela brilham toda vez que entram em contato com os dele. Não percebe que ela aperta os lábios quando fica envergonhada. Não percebe que a risada dela fica mais gostosa quando está do lado dele.

Mas ela entende.

Ele não percebe que ela se arruma para ele, esperando ouvir que está linda. Que ela quer ser linda só pra ele. Que ela ri quando ele canta com a voz engraçada, mas se derrete toda com cada palavra que sai da boca pequena dele.

Mas ela entende.

Ele não percebe que quando ela quer tirar foto com ele não é pra se exibir para os outros, mas para mostrar que o coração daquela mulher incrível pertence a alguém.

Mas ela entende.

Ele não percebe que algumas lágrimas silenciosas caem pelas suas bochechas gorduchas toda vez que se sente deixada de lado ou que pensa nas vezes que ele a escondeu do mundo.

Mas ela entende.

Ela sempre entende.

E espera.

Até alguém a entender.



fevereiro 06, 2014

Chegou e desfez as malas


Querida companheira, que saudade!
Quando tempo eu não te sentia tomar conta do espaço
Sentar-se comigo para tomar um café
E fumar um cigarro.

Quanta falta eu senti
Do teu cheiro de nicotina nos meus dedos
Do sal das tuas lágrimas na minha língua
Do abraço gelado e solitário
Que só tu tens.

Que saudade, dor.

Seja bem vinda.

-ICS

janeiro 09, 2014

Das cartas que eu não mando


Eu sempre imaginei encontrar uma cara que me trouxesse paz, conforto e que me aceitasse exatamente como eu sou. Que tivesses os mesmos planos que eu, que imaginasse o mesmo futuro que eu imagino e que a vida acabasse como num filme.

Ai eu conheci você e com toda a certeza do mundo, você não era nada disso. Ao invés de paz, me trouxe um monte de novidade para a vida. O jeito desligado que me irritava, as caretinhas. O jeito que ajeitava os lábios para me chamar de neguines.

Ao invés de conforto, trouxe-me um novo modo de pensar, novos lugares para conhecer. Novas ideias para trabalhar.


Bagunçou tudo! Fez a calmaria virar montanha russa.


Ao invés de me aceitar como sou, fez com que eu descobrisse um “eu” que estava perdido dentro da minha alma: um ser muito melhor!


Nós somos muito diferentes, mas nós somos diferente de um jeito que, no fundo, eu acho perfeito. Mas eu não entendo nada de perfeição, então, pode ser que eu esteja completamente equivocada e falando um monte de besteira.


E no meu equívoco, eu vejo que apesar de tudo por mais rápido que tenha sido, a gente se complementou.


Você era o que estava faltando na minha vida e a única coisa que eu esperava, sinceramente, era ser o mesmo para você.


Se eu fosse uma mulher normal, agora eu expressaria de maneira pomposa o quão grande são meus sentimentos.Mas eu nunca fui muito normal!

E o que eu realmente queria dizer é para que nunca mude! Seja assim, livre, lindo e perfeito nas tuas imperfeições. Se eu pudesse, te queria agora, sem pensar no depois, sem pensar no que vai ser e sem planejar nada, como sempre foi.Te dar um cheiro enquanto te abraço e tu repousa tuas mãos na minha cintura.


Mas hoje, eu já não posso.

Só o que posso, é desejar que tu fique bem, meu branquelo.

Porque eu sou forte e por mais quebrada que esteja, sempre me colo.

janeiro 08, 2014

E no meu peito, a dor


E eu escrevi...
Escrevi como se não houvesse amanhã. Sangrei a ponta dos dedos de tanto digitar frases que falavam sobre nosso fracassado amor.  Foram páginas e páginas de lamentos. De amores e rancores. De desejos e também do ódio que eu senti ao lembrar de você.
Eu não lembrava como era sentir um abismo rompendo o peito.
Não sabia o que era perder a vontade de comer ou de dormir e sentir apenas aquele gelo na alma.
Fazia tempo que eu não me apaixonava de verdade.
Fazia tempo que eu não sofria assim, de maneira tão covarde!
 -ICS