novembro 17, 2010

Estranho mundo Particular


O meu mundinho cresceu. Fico em dúvida se fui eu ou se as coisas realmente mudaram, mas na verdade acho que é um casamento das duas mudanças: a minha e a do meu mundo. Nunca fui considerada muito normal, eu admito. Ainda lembro o meu primeiro dia de aula, todas as crianças choravam , esperneavam ou corriam pelos brinquedos da pracinha; já eu peguei um livro, comecei a olhar as figuras e fiz xixi ali, no meio da biblioteca, e quando perguntaram por que não tinha ido ao banheiro, calmamente eu respondi: ”Eu não tinha terminado de ler.”
Prazer, eu sou a Ingra. Desse jeito mesmo, INGRA! E é nome, não apelido, como muitos perguntam; e a minha mãe fui influenciada pela novela sim, como a maioria das mães da década de noventa. Meu nome fora inspirado na Ana Raio. Curso Jornalismo. Minha mãe não vê a hora que eu case, meu pai quer um neto e meu irmão acha que eu devia virar hippie ou puta, para ele tanto faz. Estudo na FAC, e não me vejo em nenhum outro prédio. Pra ser bem sincera, acho até que tenho um amor recolhido pelas paredes desse prédio, e sou absurdamente encantada com as pessoas que ali habitam. Nunca, na história desse país (um salve pro Lula) eu conheci pessoas como nesse universo paralelo da Comunicação. Posso dizer que eu me encontrei. Que vivo em um mundo aonde as pessoas não se importam se tem o corte de cabelo da moda, escutam Beatles e suas festas se fazem tendo apenas um violão. Ali, as pessoas não se importam com a opinião alheia, elas só querem ser felizes. Seja parecendo uma calopsita ou tendo uma bunda que ninguém acredita que é de verdade. O que importa, meu amigo, é não se importar com os outros. Complicado isso, não é? Nem tanto. Descobri que as coisas são muito simples, quem as complica somos nós. A felicidade pode estar em um papo jogado fora em uma escadaria mágica que atrai todo mundo que passa, num café “passadinho” que custa apenas um real, na cantoria desafinada de clássicos brega com o professor Cléber Nelson, nas histórias da Garça do Tiba, na irreverência da professora Goréti, nos colegas de curso, de prédio ou apenas companheiros de escada,cigarro ou de copo, que sempre tem algo que nos faça rir e que nos acrescenta de alguma forma... A felicidade está ali, na grama com caspa da FAC, impregnada nas pareces que expiram melodia, está nos laboratórios que tantas vezes já te fizeram rir com a turma, ou chorar por não conseguir gravar aquele áudio... A felicidade está ali. Pode ser só para mim, talvez este seja o novo “estranho mundo de Ingra”, ou talvez seja para todos que se aproximam do mundo da comunicação, representado por aquelas pinturas, pela música que não cessa, pelas pessoas de todos os estilos...  Mas isso eu não tenho como te responder. Ficou curioso? Dá uma passada no D2, ouvi dizer que tem uma escada maravilhosa lá.

novembro 10, 2010

de algum lugar ;]

"Mal te conheço, mas já te quero.
Sinto saudade do teu perfume que nunca senti
da tua pele que pouco toquei,
dos teus lábios bem desenhados
que anseio dizer que me entreguei.


Teus cabelos rebeldes bagunçados com o vento
E os ombros.Ah!Estes ombros largos
que levemente se inclinam
enquanto você divinamente galopa.


Como um guerreiro em seu alasão.
Como um deus,
montado no mais belo dos animais.
ou um príncipe, que para resgatar a princesa
vai enfrentar o dragão.


E a barba cerrada, que esconde esse queixo quadrado.
Barba tímida, apresentando-se apenas.
e que eu profundamente desejo ,poder gemer baixo
ao senti-la raspando em minha face.


Como pode alguém que não escuto
não vejo
não toco
me abalar de tal maneira?"

(Ingra Costa e Silva)

e deixar rolar sem querer saber o fim ♪