setembro 15, 2009

gênio


Adeus, meus sonhos!



Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
 A estrela de meus cândidos amores,
  Já não vejo no meu peito morto
         Um punhado sequer de murchas flores!
                                            Álvares de Azevedo