novembro 22, 2012

Partes de mim


*Um poema escrito a quatro mãos*


Parte I

Às vezes eu invento dores para conseguir escrever.
Pois nem sempre falo de mim agora
Às vezes, falo de alguém que gostaria de ser
Um alguém que já fui outrora
Ou de uma sensação que quero viver.

Escrevo pra registrar a vida,
O que vivo, vivi e inventei
Escrevo de amores que nunca tive
Da solidão que nunca vivo
Das lágrimas que não derramo
E do desejo que não sei se existe.
Interpreto tudo que escrevo.

Enquanto digito na minha velha máquina
Sinto as dores de um amor impossível
O tesão que exala pelos poros
A felicidade de um amor perfeito
Sinto até a dor do abandono
De um amor que era impossível...
Espere!
Essa é real...Não é?

-Como pode ser real sendo impossível?
A dor que sinto eu inventei!
Inventei, pois gosto do drama da partida-
Inventei pelo romance dos momentos de saudade
Pelo desejo de um reencontro
Pelo amor romântico do seu regresso
Ou apenas, por querer seu corpo sobre o meu mais uma vez.

- Ingra Costa e Silva e Leonardo Lima