Bagaceira, fumante, beberrona
E com um pássaro azul dentro do peito
Um pássaro preso, que ninguém tem acesso
Nem eu.
Ele quer sair, mas eu sou esperta
Largo ele pra passear
Na calada da noite
Quando (quase) ninguém
vai saber que ele existe.
Mas ele canta
ainda quando o prendo novamente
E digo para ele não ficar triste, pois eu sei que ele existe
E se eu sei, mais ninguém precisa saber.
Ele chora.
Diferente do meu pai
Eu choro.
E você, chora?
ICS